História e formas e evolução de formas de financiamento imobiliário

História e formas e evolução de formas de financiamento imobiliário

Os anos de 1920-1945 foram um período de transformação para o mercado imobiliário brasileiro. A urbanização crescente, a demanda por moradia e a busca por soluções inovadoras de financiamento lançaram as bases para o desenvolvimento do setor nas próximas décadas.                

O ano de 1964 foi um marco para o mercado imobiliário brasileiro com a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH). A instituição impulsionou o acesso ao crédito e financiou a construção de milhões de unidades habitacionais, principalmente para a classe média. O período de 1965 a 1985 foi marcado pelo apogeu do BNH. A instituição financiou a construção de milhões de unidades habitacionais, principalmente para a classe média. O crescimento do mercado foi impulsionado pela expansão urbana, pelo aumento da demanda por imóveis e pelas políticas públicas de incentivo à construção.

A expansão urbana acelerada gerou a proliferação de loteamentos e periferias, nem sempre com infraestrutura adequada. Nas áreas centrais de cidades proliferavam casas coloniais urbanas, inspiradas na arquitetura portuguesa, geralmente térreas, com varandas e pátios interiores. Casas estilos ecléticos, mesclando estilos neoclássicos com art nouveau e art déco: térreas ou com dois andares, com varandas, ornamentos e detalhes elaborados, símbolos de poder e riqueza na época. Casa de vilas, localizadas em bairros operários e de classe média, geralmente térreas ou com dois andares, com estilo simples e funcional, normalmente geminadas em fila, pátios e quintais pequenos.

O primeiro edifício que identifiquei no Brasil em 1937 no Rio de Janeiro foi Edifício Flat, com 14 andares e plantas livres, 41 metros de altura, fachada curva utilização de pilotis, projetado por Affonso Eduardo Reidy, localizado na Rua Praia de Botafogo, 475; demolido em 1970 para dar lugar a outro empreendimento. 

 Essa expansão desordenada contribuiu para a segregação espacial nas cidades. O crescimento do mercado também atraiu especuladores, o que elevou os preços dos imóveis e dificultou o acesso à moradia para a população de baixa renda. A combinação de inadimplência, problemas financeiros e gestão inadequada levou à crise do BNH em 1986. A instituição foi extinta e suas funções foram transferidas para a Caixa Econômica Federal.

O período de 1965 a 1985 foi marcado por grande crescimento do mercado imobiliário brasileiro, mas também por problemas como a especulação e a falta de planejamento urbano. A crise do BNH evidenciou a necessidade de um sistema de financiamento habitacional mais sustentável e eficiente.

 Após a crise do BNH em 1986, o mercado imobiliário brasileiro passou por um período de transição. A Caixa Econômica Federal assumiu o papel principal no financiamento habitacional, buscando soluções para o déficit habitacional e para a necessidade de moradia popular.

 A oferta de imóveis usados cresceu significativamente, impulsionada pela privatização de empresas estatais e pela venda de imóveis por famílias que buscavam melhores condições de vida.

O período de 1986 a 2008 foi marcado por mudanças e desafios no mercado imobiliário brasileiro. A transição após a crise do BNH, a diversificação dos produtos e a profissionalização do setor foram alguns dos aspectos mais importantes.

O período de 1986 a 2008 foi de transição e crescimento para o mercado imobiliário brasileiro. A profissionalização do setor, a diversificação dos produtos e a busca por soluções para o déficit habitacional foram alguns dos marcos desse período.

Em 2009, o governo federal lançou o Minha Casa Minha Vida (PMCMV), um programa inovador com foco na habitação popular. O programa oferece subsídios e taxas de juros baixos para famílias de baixa renda, impulsionando a construção de milhões de unidades habitacionais.

O mercado de securitização se expandiu, aumentando a oferta de crédito para o financiamento imobiliário.

O período entre 2010 e 2015 foi marcado por uma dinâmica interessante no mercado imobiliário brasileiro. Iniciou-se com um forte crescimento, impulsionado por diversos fatores, e culminou em uma desaceleração significativa. A economia brasileira vivenciava um período de expansão, com aumento do PIB e geração de empregos. Isso impulsionou a demanda por imóveis, tanto para moradia quanto para investimento. As taxas de juros estavam em níveis historicamente baixos, e o crédito imobiliário era facilmente acessível, com diversas opções de financiamento disponíveis. O governo federal implementou diversos programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, que ampliaram o acesso à moradia para a população de baixa renda. As construtoras responderam à demanda crescente, lançando muitos novos empreendimentos em diversas regiões do país.

A partir de 2014, a economia brasileira começou a desacelerar, com a inflação aumentando e o crescimento do PIB diminuindo. Isso impactou negativamente o poder de compra da população e reduziu a demanda por imóveis. O Banco Central elevou as taxas de juros para controlar a inflação, tornando o crédito mais caro e dificultando o acesso ao financiamento imobiliário. O excesso de lançamentos nos anos anteriores gerou um grande estoque de imóveis disponíveis para venda, o que pressionou os preços para baixo. A instabilidade política e as incertezas quanto ao futuro da economia brasileira também contribuíram para a desaceleração do mercado.

O ano de 2019 marcou um ponto de inflexão importante para o mercado imobiliário brasileiro, após um período de desaceleração. A recuperação gradual da economia, aliada a políticas públicas favoráveis e à redução das taxas de juros, impulsionou o setor. A baixa histórica na taxa Selic em 2020 contribuiu para a recuperação do mercado de imóveis em 2021. Os lançamentos e as vendas de imóveis residenciais novos apresentaram um crescimento expressivo em relação ao ano anterior, marcando o melhor resultado dos últimos quatro anos. A oferta e a demanda por imóveis se mostraram mais equilibradas, com uma redução do estoque de imóveis e um aumento da confiança dos consumidores. A melhora na confiança do consumidor, impulsionada pela recuperação da economia e pela redução do desemprego, estimulou a procura por imóveis. A política monetária expansionista do Banco Central, com a redução das taxas de juros, tornou o crédito imobiliário mais acessível, incentivando a compra de imóveis.

o período entre 2020 e 2022 foi marcado por uma grande volatilidade no mercado imobiliário brasileiro. A pandemia de COVID-19 acelerou tendências pré-existentes e criou oportunidades. A capacidade de adaptação e a inovação foram fundamentais para que o setor superasse os desafios e se mantivesse em movimento. A pandemia de COVID-19, que se iniciou em 2020, trouxe uma incerteza generalizada e uma desaceleração inicial do mercado imobiliário. Com a quarentena e as restrições de circulação, as visitas a imóveis foram limitadas e as negociações se tornaram mais lentas. No entanto, o setor mostrou resiliência e se adaptou rapidamente à nova realidade. O uso de tecnologias como visitas virtuais e assinatura digital de contratos se intensificou, permitindo que as negociações continuassem de forma remota. A pandemia acelerou tendências pré-existentes, como a busca por imóveis maiores e com áreas externas, especialmente em regiões com mais espaço e contato com a natureza. A adoção do trabalho remoto por muitas empresas aumentou a procura por imóveis em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, buscando maior qualidade de vida. A alta dos preços dos materiais de construção, a escassez de mão de obra e a incerteza econômica foram alguns dos desafios enfrentados pelo setor.

A pandemia de COVID-19 acelerou uma transformação digital que já estava em curso no mercado imobiliário, impulsionando novas formas de divulgação e comunicação. As restrições de contato físico e a necessidade de isolamento social exigiram que as imobiliárias e construtoras adotassem estratégias mais eficientes e inovadoras para alcançar seus clientes. O mercado digital é altamente competitivo, exigindo das imobiliárias um constante investimento em tecnologia e atualização.

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Corretor de imóveis, perito avaliador, atuando nas áreas de pesquisa de mercado, planejamento, gerenciamento, coordenação de equipe de vendas, avaliação, locação, administração e venda de imóveis